A escolha da profissão é algo que nos é, de certa forma, apresentado desde a infância. A partir da entrada na escola, o mundo do trabalho e das profissões passa a fazer parte do cotidiano da criança. O contato com os diferentes profissionais envolvidos na educação promove oportunidades de observação de um universo de atuações e de pessoas, as quais os pequenos aprendizes passam a admirar.
Algumas crianças desde o início da escolarização já apresentam uma percepção e identificação com o que mais tarde dirão ser o “que irão fazer quando crescer”, por vezes, até em resposta às indagações desse tipo que lhes são feitas. Porém, essa não é a regra, e temos que levar em consideração o processo de desenvolvimento humano, identificações, projeções, dúvidas, questionamentos, influências por parte de pessoas significantes que surgirão ao longo do caminho escolar e, então, a necessidade de uma “investigação” se estabelece, entrando em cena o trabalho de orientação profissional/vocacional.
A grande dificuldade dos adolescentes no momento dessa escolha ocorre, em parte, pelas mudanças que se sucedem nesse período de vida, sejam elas físicas, psico afetivas, nos valores pessoais, sociais etc. Muitas vezes, os jovens se sentem pressionados por imaginarem que precisam escolher rapidamente o que farão para o resto de suas vidas, e futuramente essa decisão pode gerar conflitos.
Nesse momento, cabe aos pais tentarem estar próximos de seus filhos, acolhendo e tendo plena noção de que são modelos. A visão que as pessoas próximas possuem de suas profissões servirá como referência e exemplo a ser seguido, buscando, em harmonia com os jovens, ajudar na compreensão de seus interesses e habilidades. Novas profissões estão surgindo dentro de um universo já tão vasto, e o reconhecimento de potencialidades, aptidões e competências é essencial.
Nesse sentido, o processo de Orientação Profissional busca, entre outras coisas, instrumentalizar o jovem para essa escolha da profissão. Valendo-se para isso da promoção do autoconhecimento, compreensão das oportunidades ocupacionais e da preparação para tomada de decisão, tentando evitar assim gastos de energia, tempo e dinheiro implicados em uma escolha que pode não ter sido a melhor.
A ideia primordial é mostrar aos jovens que são indivíduos inseridos em um contexto cultural, social e econômico, sendo capazes de fazer suas próprias escolhas, e que essa decisão seja, entre muitas outras coisas, um projeto de vida.
Artigo escrito por Paulo Sergio Estevam Ferreira, Psicólogo Educacional do SANFRA, para a SANFRA em Revista.